18 julho 2012

Diário de uma astróloga – [30] – 18 de Julho de 2012



Ciclos astrológicos na vida das crianças

Os meus netos vêem passar férias na nossa casa e estão quase a chegar. E que pode uma avó astróloga fazer senão olhar para as cartas do céu respectivas e ver quais os ciclos astrológicos que estão agora activos  na vida deles? Estes ciclos têm reflexo no seu comportamento. Vou ter o prazer de reconhecer cada planeta, cada faceta astrológica. Vou também poder adequar as minhas respostas às suas exigências psicológicas e assim consolidar a minha relação com eles.

Alguns destes ciclos acontecem na vida de todos as crianças mais ou menos na mesma idade e é sobre estes que vou falar. Tenho seis netos – o mais velho faz oito anos em Agosto e a mais nova faz dois anos em Setembro, idades que compreendem as 3 influências principais objecto desta reflexão.

Pais e avós, professores e baby-sitters prestem atenção porque esta informação poderá ser-vos útil.

1. Retorno de Marte – por volta dos dois anos – A Isabel  vai estar nesta fase. Marte o planeta da afirmação, da independência, da autonomia está de volta na sua posição natal. Representa o primeiro reforço desta energia. É altura de grandes descobertas, de se sentirem capazes de explorar o mundo um pouco mais longe dos pais e aprenderem a dizer “não”. A dupla dose de Marte manifesta-se com birras mais frequentes porque em termos emocionais Marte é o planeta da raiva e da irritação. Nos Estados Unidos a frase “Terrrible two’s” – expressão leiga para designar o retorno de Marte, já entrou na linguagem corrente e talvez em Portugal se fale nos “Terríveis dois”.

Qual é a resposta ideal de um adulto perante uma criança sob o retorno de Marte?
·       Dar-lhe autonomia – deixar ou encorajar a que se vista sozinha, encarregá-la de pequenas tarefas caseiras, tipo ”vá buscar ou vá levar”.
·       Deixá-la explorar, afastar-se um pouco mais, deixá-la algumas fazer asneiras dentro dos limites da segurança.
·       Perceber que as birras, mais ou menos fortes conforme o signo em que se encontra Marte, vêm da frustração de querer mas ainda não poder. Esta época passa e o principal é não deixar que um conflito permanente se instale. Por vezes será necessário uma técnica de diversão para que o adulto não entre na guerra de vontades. Sim, porque Marte era o deus da guerra.
·       Com cada “não”  gozar o privilégio de assistir à formação de uma nova personalidade e, obviamente não ligar nenhuma aos ditos “nãos”, pois como dizia a minha Mãe “criança não tem querer”.
  
2. Oposição de Júpiter – entre os cinco e seis anos – Os gémeos, Alice e Oliver, estão nesta fase muito positiva. Júpiter, planeta do optimismo, da abundância faz um ângulo de 180 com o Júpiter natal. A vida é fácil, a primeira classe ainda não começou, a personalidade já está esboçada, têm uma ideia do que gostam fazer e aqui vai disto…. Perdem a noção de limites, tornam-se mais arrojados e, se outros aspectos da carta assim indicam, sobreavaliam as suas capacidades.

A única resposta possível para o adulto é estar vigilante para intervir quando os limites da segurança estiverem prestes a ser ultrapassados, mas mesmo assim convém ter água oxigenada e adesivos à mão. Não vale a pena dar lições de moral sobre o excesso de optimismo, porque o próximo ciclo planetário se encarregará disso mesmo.
  
3. Quadratura de Saturno – entre os sete e oito anos – O Tomás e o Teddy estão nesta fase. Saturno, o planeta da realidade, dos obstáculos, da responsabilidade faz o primeiro ângulo significativo consigo próprio. Adeus às facilidades de Júpiter, aqui está a energia oposta, Saturno. A escola não é só uma brincadeira, há que fazer os trabalhos de casa, a vida torna-se mais difícil e ainda por cima os dentes de leite caem. Deixam de ser “amorosos”, a noção de que as coisas não duram para sempre começa a entrar nas suas cabecinhas e também a noção de consequências: o que está feito, está feito, e é preciso encarar os resultados. Nesta época ouve-se muito a frase “mas não é justo…” ou no caso dos meus netos anglófilos “it is not fair…”. Pois não, mas a vida é assim. 

Como adulto ajude a criança a enfrentar a vida como ela é e ensine-lhes que o esforço é premiado, que ter objectivos e conseguir cumpri-los é importante, quer seja praticar 10 minutos de violino por dia (Teddy) ou acabar a cidade de Legos (Tomás).

O Zach (6 anos), ao qual não se aplica nenhum destes ciclos,  porque Júpiter já passou da oposição e Saturno ainda não entrou na quadratura,  temo que se vá juntar ao grupo dos super confiantes  uma vez que tem o trânsito de  Júpiter em conjunção com o Sol natal.

Vou comprar mais adesivos!
  
Luiza Azancot

1 comentário:

Vera Braz Mendes disse...

Luiza, gostei imenso deste texto. Vou partilhá-lo.

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