17 julho 2012

Duas últimas


Desde que me lembro, sempre fui bastante regrado e propenso a rotinas, pessoais e profissionais, que cumpro com rigor e denodo. Se por infeliz acaso as ditas me começam a falhar, seja por que motivo for, logo se instalam a desorientação e o nervosismo, para meu mal e daqueles que me têm de aturar. Só há descanso quando a ordem normal das coisas é restabelecida. E verifico com algum temor que, com o passar dos anos, a evolução nesta matéria não me parece animadora!

Há naturalmente regras e regras, rotinas e rotinas. Há aquelas de cujo eventual incumprimento não virá grande mal ao mundo e as que, nessa infeliz eventualidade, nos podem trazer grandes amargos de boca e outras consequências que tais. Há as que cumprimos com prazer e demora e as que ansiamos por que se cumpram depressa e se possível bem e sem repetição. E as que temos de cumprir sozinhos, quantas das vezes em penoso sofrimento, e aquelas em que podemos contar com uma ajudinha alheia sempre bem vinda.

E, mais a sério, há que manter e desenvolver “regras de vida”, meios de aperfeiçoamento da pessoa, procurando no quotidiano combater defeitos, mudar atitudes e hábitos arreigados e cultivar virtudes em que tantas vezes não passamos da intenção, contribuindo para um maior bem estar e felicidade, desde logo do próprio e em consequência daqueles que lhe estão mais próximos, para assim, acredito, melhor responder à vontade de Deus. Claro que esta é matéria difícil em que falho todos os dias. Tenho no entanto o privilégio de ter quem regularmente me vai lembrando estas coisas e, por isso, também menos espaço para desculpas…

A regra que vos apresento hoje é de somenos: sair depois do jantar para um passeio de 20 minutos no bairro de ruas empinadas e mal calcetadas onde moro, pois é sabido que sem corpo são nada feito. Procuro “arrastar” a minha cara-metade nestas andanças, mas nem sempre os meus argumentos são mais convincentes do que aqueles que lhe dizem para ficar por casa. Em resumo, muitos passeios começam e acabam à conversa com os botões próprios. Num deles, numa praça próxima numa noite de Junho, deparei-me com este grupo.

Simpatizei com o vocalista, excelente comunicador, gostei do ritmo e achei as letras engraçadas e apropriadas para os tempos que vivemos. Por tudo isso, aqui estão 2 músicas dos Anaquim, que espero que também apreciem.


fq






1 comentário:

JdB disse...

Ouvi a primeira musica, ainda nao tive oportunidade de ouvir a segunda. Vou ater-me no texto, de que gostei mais, embora goste sempre das tuas escolhas. Percebo-te bem mais as rotinas. Um filosofo grego, de cujo nome nao me lembro agora, dizia q o merito das coisas está na repeticao... Fiquei mais satisfeito, eu q sou rotineiro e gosto de uma certo manutencao das coisas ordenadas.
Abraco
JdB

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