10 fevereiro 2015

Duas Últimas

Este fim de semana, por motivos cuja explicação me parece despicienda, vi duas vezes o Música no Coração. No sábado vi quase todo, no domingo vi uma parte substancial. Comigo (também) duas crianças de 5 anos, a quem ia explicando o filme - aqui e ali totalmente ao revés do que é, na realidade, a verdadeira história. Elas não se importaram. Talvez não tivessem ouvido parte das minhas explicações ou das minhas pretensas graças - o que abona a favor da inteligência delas.

Quiseram perceber se os meninos iam ter outra mãe, se a Maria era boa com eles, quem eram os maus. Não ligaram à ideia - que expliquei, como factor modelador de consciências - do nacional socialismo malévolo e do Anschluss injusto. A ideia de Edelweiss ser dente-de-leão foi-lhes indiferente (até porque não sei se há tradução...), tal como não ligaram à comoção de quem canta bless my homeland forever frente a um friso de nazis e de uma multidão que não entende a ida do capitão Von Trapp para a marinha do terceiro Reich. Numa dada altura do filme, quando os miúdos se vêem livre do apito do pai e deambulam felizes por Salzburgo com uma preceptora que lhes ensina a subir às árvores, a cantar contentes e a andar de barco, as crianças quiseram saber se os dias eram diferentes: agora é outro dia? E agora é outro dia? Curioso...

Deixo-vos com Edelweiss, cantado, não pela maviosa voz de Christopher Plummer, mas pelos pequenos cantores da Arménia. Nada me parece mais adequado - ainda que vagamente desinteressante. Como me disseram ontem, é uma espécie de coro de santo amaro de oeiras mas com uma guerra civil de permeio...

JdB


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