05 junho 2015


Encontrámos um painel de azulejos num miradouro de S. Miguel. Fotografei esta quadra, que me pareceu particularmente feliz. No post de ontem, publicado por um misto de cansaço mental e falta de criatividade, revisitei a frase que tinha encontrado no Para Sempre, de Virgílio Ferreira: o silêncio dentro de mim. No mesmo pensamento juntei Zimbabwe, e o silêncio do jardim onde trabalhei tanto tempo, e os Açores, onde descobri sempre um silêncio repousante.

Não sei com que pensamento é que João Teixeira de Medeiros, que nasceu em Fall River, escreveu esta quadra. Os mais maldosos suscitarão ideias de companhias mais tagarelas do que seria desejável, mas todos saberemos que as horas sem falas se referem à quietude açoriana. Curiosamente, na minha última aula de mestrado, o professor referia que tinha estado nos Açores uns dias antes (poderíamos ter-nos cruzado, dada a simultaneidade). E acrescentava que achava que todos os portugueses deveriam ser obrigados a visitar as ilhas. Uma parte de mim concorda, a outra parte não (o que seria daquele paraíso invadido por gente a falar muito alto?).

Há quem goste do silêncio dentro de si, há quem deteste. Há quem precise dele para olhar e olhar-se, há quem fuja dele porque não precisa de uma coisa e tem horror à outra. Deixo-vos em silêncio com algumas fotografias.

JdB

S. Miguel, Açores (Maio de 2015)

S. Miguel, Açores (Maio de 2015)

S. Miguel, Açores (Maio de 2015)

S. Miguel, Açores (Maio de 2015)

S. Miguel, Açores (Maio de 2015)

S. Miguel, Açores (Maio de 2015)
  




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