08 abril 2012

Domingo de Páscoa

Hoje é Domingo (de Páscoa) e eu não esqueço a minha condição de Católico. 

O meu comentário poderia resumir-se a uma palavra exclamada, ressuscitou!, que para quem é crente nada mais haveria a dizer. Nesta expressão resumir-se-ia a vitória da vida sobre a morte, o sentido pleno de um amor derramado por nós - por cada um de nós. 

Nos últimos dias acompanhei as cerimónias pascais - missa de 5ª feira Santa, Paixão na 6ª feira, convidando ao recato. É a primeira Páscoa que passo com o novo prior e gostei muito - verdadeiramente muito - das homilias de ambas as cerimónias. Food for thoughts, numa expressão inglesa. Basta que uma simples frase ouvida permaneça no cérebro e no coração para sentirmos que valeu a pena ir, estar, viver e rezar.

Na 5ª feira não pude assistir à missa completa, mas no dia seguinte mantive-me firme, sem sacrifício, durante duas horas na Igreja da Boa Nova. Sou um cristão igual a tanto outros: oiço, olho para o lado, penso nas coisas, medito, rezo por este e por aquele, rezo por mim e por mim e por mim, escuto a Palavra, oiço os versos das músicas, vejo os rituais, observo o movimento das pessoas no altar, sinto o cheiro do incenso. Imagino e sei das dedicações, das disponibilidades, das maledicências, das vontades de protagonismo, do espírito de serviço, dos sorrisos permanentes, dos corações gigantes, das línguas soltas, dos braços que nem sempre se abrem, dos braços que estão sempre abertos, da luta pela santidade, da consciência imperfeita da perfeição, da consciência perfeita da imperfeição.

Olho para o Cristo crucificado na cruz - porque nós o quisemos assim - e vejo a ilimitação do Amor. Olho à volta e sei que é nesta igreja que quero estar, que quero ficar, que quero servir com a dimensão da minha limitação humana. Sei que é aqui que ficarei, talvez porque já tenha atingido o ponto de não retorno. O meu desafio é agora o do discernimento do serviço. O meu desafio é o de saber o que faço. Não é a primeira vez que sinto isto - Deus vai-me dando roupa para que o frio vindouro seja menos doloroso. Ou para que o frio tenha um sentido, sei lá eu...

Boa Páscoa para todos.

JdB  


EVANGELHO – Jo 20,1-9

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o discípulo predilecto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro
e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

2 comentários:

Anónimo disse...

É isso, basta uma palavra!
Boa Páscoa também.
fq

Maf disse...

joao, é na simplicidade das coisas que as grandes acções se manifestam, na simplicidade das palavras que os grandes pensamentos se revelam. Boa páscoa também.

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