07 dezembro 2010

Coisas Para Brincar

A maioria das crianças são todas iguais no que toca a jogos. Eles brincam com carros, pistolas, aos índios contra cowboys, polícias e ladrões. Elas brincam com serviços de chá de plástico, bonecas e vestidos, aos pais e às mães. Neste aspecto, são pouco originais.

Mas existe uma minoria. Esses sim, são diferentes. Lembro-me de um professor contar que, aos 13 anos, construíra um foguetão às escondidas dos pais e fugira de casa para o lançar na praia. Aos 13 anos, o meu expoente máximo no campo da engenharia era fazer torradas.

Existe também o caso de um senhor chamado Daniel Barenboim. Não sei ao certo a sua história, mas vou tomar a liberdade de criar um cenário hipotético.

A criança Barenboim nasceu e cresceu. O primeiro brinquedo que pediu aos pais foi um piano. E os pais puseram-lhe à disposição uma pianola velha, desafinada e suja. Ao contrário da maioria das crianças que, quando se deparam com um piano, o martelam com uma cara mais furiosa que curiosa, o pequeno Daniel tocava nas teclas uma a uma, e ficava a olhar para o ar, escutando o som que ia saindo.

Aprendeu a tocar e, eventualmente, percebeu que só um piano não lhe chegava. Decidiu enveredar pela carreira de maestro. Assim podia brincar com dezenas de instrumentos ao mesmo tempo! Foi evoluindo na carreira até chegar à Orquestra Filarmónica de Berlim.

E com este brinquedo, todas as brincadeiras com que sonhara durante a vida tornaram-se possíveis. Era maestro da orquestra. Depois de ensaiar os espectáculos obrigatórios podia fazer o que lhe apetecesse. Isto é o equivalente a um piloto que acaba por chegar à Ferrari, na Fórmula 1, mas cujo divertimento não se esgota nos circuitos. Depois das corridas e dos contra-relógios pode levar o carro para casa para continuar a andar nele.

Esta abordagem de brincadeira que o pequeno Daniel tinha em relação à música transportou-a até ser o ancião Daniel, já de cabelos brancos e idade respeitável. E deu-nos pérolas como as seguintes:



É sabido que entre a legião de milhares de leitores do blogue, talvez mesmo milhões, está a nata dos intelectuais e artistas, tanto a nível nacional como internacional. Há, por isso, uma forte possibilidade do próprio ler as três linhas que escrevi sobre ele. Se não gostar, então perdón Maestro!

SdB (III)

4 comentários:

Anónimo disse...

Que post mais giro!!!! Adorei, SdB (III). pcp

Ana LA disse...

Um dos meus favoritos.

Confesso que caí da cadeira a rir com a alusão ás torradas.
Nice shot SDBIII

Anónimo disse...

Boa, boa SdB (III).
This is great fun. Thx for that.
ML

Anónimo disse...

SdB(III),

não desvalorize a sua evolução que passar de torradas para um curso de Engenharia Mecânica, está quase ao mesmo nível.
(like, like, like)mfm

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