27 dezembro 2010

Fórmula para o caos

Têm estado a decorrer os debates entre os candidatos a Presidente da República. Se o interesse que os portugueses demonstram pelas eleições presidenciais 2011 já é quase nulo, com a fraca qualidade, curta duração e falta de entusiasmo patente dos debates, o nível atinge a nulidade.

Francisco Lopes. Trata-se de uma candidatura cujo único objectivo é o de cumprir a agenda comunista. O comité central impõe um candidato. Este bota um discurso elaborado por Marx em 1848, executado por Lenin em 1917 e continuado por Mao em 1949, para à posteriori ser designado como sucessor de Jerónimo de Sousa no cargo de Secretário-geral do PCP. Assim foi com Carvalhas.

Fernando Nobre. Até Fevereiro último, era considerado um dos heróis da sociedade civil. Com todo o seu espirito humanista e altruísta. No entanto, cometeu o erro da candidatura e tudo que isso acarretou. Demonstrou uma manifesta falta de humildade e uma insuportável sobranceria relativamente aos restantes candidatos. O fundador da AMI (assim se espera que venha a ser recordado) quer convencer o eleitorado que a retórica anti-política e anti-sistema vai contribuir para a uma melhoria de vida das pessoas. Fica-lhe mal frases como : “ Eu estive no Líbano em 1982...”, “ Eu vi crianças a correr atrás de galinhas para lhe tirarem o pão que levava no bico..”, “ Eu conheço a pobreza, e o Cavaco não..”.

Defensor de Moura. Até a data do debate com Cavaco Silva desconhecia-se a razão da sua candidatura. Agora, continua a desconhecer-se. Porém, e apesar de as sondagens apenas lhe atribuírem 0,5 %, foi capaz de desferir o ataque mais sujo e inqualificável contra Cavaco. Todas as insinuações relativamente ao BPN são infundadas e carenciadas de conteúdo. Apenas se lhe concede o mérito de ter tirado o PR do sério. Cavaco sobe responder-lhe à altura das circunstâncias, apesar da baixeza do ataque.

Manuel Alegre. As expectativas eram baixas. Contudo, que diabo de campanha é esta? Apesar de ser, como para muitos parece uma virtude, um profundo desconhecedor dos dossiers, pensava-se que a sua vasta experiência política chegaria para melhor. Como se vem a constatar, a indefinição ideológica, da candidatura e não de Alegre, castram todas as possibilidades de promover uma luta pela segunda volta. Na situação actual não se pode juntar Socrates e Louçã na mesma comissão de honra.

Cavaco Silva. Apenas me ocorre uma ideia. Uma palavra a mais, um voto a menos. E vice-versa. Sendo um dos desapontados pelo primeiro mandato do Presidente, espero que logre a a reeleição e a legitimidade de dissolver o parlamento para que se possa, finalmente, materializar o sonho de Sá Carneiro. Um maioria, um governo, um Presidente.

Pedro Castelo Branco

2 comentários:

Anónimo disse...

Não sou dada à política. No entanto, o seu texto e análise (com a qual concordo) prenderam-me. Obrigada. pcp

arit netoj disse...

Obrigada Pedro,
Este seu resumo está óptimo mas reforça o nosso desânimo nos líderes deste país - você consegue reduzir todos eles à sua insignificância.
Beijinhos

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