10 julho 2015

Interpretações interrogadas


Diz-me o meu amigo JMAC, o homem de Azeitão, que estas fotografias que me enviou são da Ogilvy. Por falta de tempo não fui investigar o contexto. Vou presumir que não são de uma campanha a estimular a utilização do telemóvel. Se assim for, estou mais burro do que pensava...

Não sabendo, repito, o que está por detrás destas imagens, dou-me ao luxo de todas as interpretações, mesmo as mais provocadoras. Então é assim: na imagem de cima há um casal deitado na mesma cama. O que os separa fisicamente? Um telemóvel. Quem olha para o aparelho? A mulher. Na imagem de baixo uma mãe e uma filha sentadas no mesmo sofá. O que as separa fisicamente? Um telemóvel. Quem olha para o aparelho? A mulher. A criança está aparentemente entretida com os seus brinquedos, o homem com os seus pensamentos, a mulher... com o telemóvel.

A quem se destina esta campanha, caso seja uma campanha? Às mulheres, por utilização excessiva de telemóveis? Não me parece, a não ser que para os lados do Oriente a realidade seja essa. Por aquilo que vejo no meu mundo social e familiar, a utilização excessiva é mais masculina do que feminina. Conheço gente mais nova do que eu, profundamente bem educada a uma mesa de jantar, por exemplo, que não se coíbe, num fase mais descontraída do repasto, em utilizar o telemóvel. Para uma urgência? Não. Para ver notícias, abrir mails, responder a sms. Mais eles do que elas, à medida que "envelhecem".

Se quiserem interpretar digam-me. Talvez sorteie algo para a melhor ideia. Ou não, não sei. Tudo depende.

JdB

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