28 maio 2012

Fórmula para o caos


O país não podia viver eternamente sem efectuar este ajustamento entre receitas e despesas. Durante vários anos, fomos vivendo a crédito. Vivíamos do que não produzíamos. O financiamento, graças à moeda única, foi conseguido a custos relativamente baixos face à fraca solidez da nossa actividade económica. Foram muitos os que disseram que isso duraria para sempre. Garantiram que, com a adesão ao Euro, o desequilíbrio externo nunca mais seria um problema. Porém, esse facto não se veio a confirmar e a fonte (leia-se mercados) secou. Os investidores deixaram de acreditar na nossa capacidade de reembolsar as verbas investidas nos títulos soberanos.

Como consequência, Portugal vive mergulhado numa crise cada vez mais preocupante, em que a luz ao fundo do túnel parece cada vez mais distante e difícil de alcançar. Por isso, o programa do governo é um mal necessário. Necessário, mas insuficiente. São cada vez mais as famílias que não conseguem cumprir as obrigações financeiras. Há cada vez mais denominados novos pobres. Visto que o Estado, fruto das irresponsabilidades cometidas em sucessivas legislaturas, não dispõe de recursos para chegar a todos os que necessitam, emerge a Sociedade Civil. Vem à tona a solidariedade nacional. Esta semana foram duas as instituições a destacarem-se: Banco Alimentar Contra a Fome e Associação Ajudar Uma Família. Bem hajam! 

Pedro Castelo Branco

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