Caros Audiophiles, so many musical R.I.P.s since my last post - Davy Jones of the Monkees, Levon Helm of The Band, Bernardo Sassetti, Donna Summer, Robin Gibb.
What more needs to be said about Robin Gibb and the Bee Gees? Phenomenal success as singers, and as songwriters for other artists, during six decades of changing styles. As composers in the rock era they are second only behind Lennon & McCartney.
Here is a medley of some of their early hit songs, my favourite period of their career, exemplifying their wonderfully catchy melodies, and their vocal harmonies featuring in particular Robin's distinctive quivering emotive voice:
In recent months Robin Gibb was interviewed several times. Although he still looked terribly emaciated, he was ecstatic because he thought he had conquered cancer, and he stated that his goal throughout his illness was to be healthy enough to attend and perform at the world premiere of Titanic Requiem which he composed with his son for Titanic's centenary commemoration. He was a determined fighter and an optimist. Sadly he did not achieve this ambition, but here is one of the songs from his first classical, but final, composition:
Levon Helm was the drummer and co-vocalist of The Band, who first achieved fame as Bob Dylan's touring group in the late 60s/early 70s before finding their own critical success with two classic albums which defined a new sensibility in Americana folk traditions.
I first discovered them in 1978 through Martin Scorsese's The Last Waltz, the film of The Band's final concert. They were so captivating that I remember feeling a strange sense of 'deja vu' that I already was familiar with their personalities and their music. All five musicians were multi-instrumentalists, four of them shared lead vocals, and all of them composed. Super-talented. And so respected that their concert featured many former collaborators and inspirations such as Bob Dylan, Neil Young, Joni Mitchell, Van Morrison, Neil Diamond, Eric Clapton, Emmylou Harris, the list goes on...and it is, in my opinion, the best concert film ever.
So here is Levon Helm singing one of their best-known songs, about the American Civil War and the dignity and suffering of the defeated 'dixieland' Southern confederate states.
No que toca aos hábitos alimentares, os meninos bem comem sempre em casa. Como as famílias são geralmente muito grandes (de resto, como sucede com o populacho), a comida é quase sempre do tipo rancho, ou sempre servida com muito puré de batata.
Os queques estão sempre a almoçar e a jantar fora, em grupos grandes com muitos rapazes e raparigas a exclamar: “Ai, já não há pachorra para o quiche lorraine!” Aqui se denunciam as suas verdadeiras origens sociais. Para um menino bem, comer fora é uma espécie de solução de emergência, quando não dá jeito comer em casa. Para um queque é um prazer. Nas casas bem, a qualquer hora do dia, há sempre uma refeição a ser servida a um número altamente variável de crianças, primos, criadas, motoristas, tias, etc. Nas casas queques as refeições variam conforme os convidados. Nas bem são sempre rigorosamente iguais. Os queques têm a mania dos restaurantes – conhecem-nos tão bem como os meninos bem conhecem (e odeiam) as cozinheiras. E os betinhos? Os betinhos tentam evitar as refeições o mais possível. Comem sozinhos em casa (os betinhos tendem a ser filhos únicos) ou levam betinhas a jantar. Porquê? Porque têm a paranóia de serem “descobertos” através dos modos de estar à mesa. Mas, na verdade, só são descobertos pelo seu excesso de boas maneiras. Um betinho à mesa está sempre “rijo”, atento, receoso de tirar uma azeitona por causa do terror de não saber lidar com o caroço.
Prepare uma massa quebrada com os ingredientes. Depois de descansar, estenda a massa, forre com ela uma forma de tarte, pique o fundo com um garfo e leve a cozer em forno quente (200ºC) durante 15 minutos. Deixe arrefecer.
Entretanto, corte o bacon em tirinhas e leve-as a ferver num pouco de água durante 5 minutos. Escorra bem e depois frite as tirinhas de bacon com a manteiga. Obtém-se aquilo que é designado por lardons. Espalhe o bacon no fundo da tarte.
À parte, bata os ovos com as natas e tempere com sal, pimenta e noz-moscada. Deite sobre os lardons e leve a forno médio (180ºC) durante cerca de 25 a 30 minutos.
Sirva a quiche lorraine morna ou fria.
Pode juntar à quiche um pouco de queijo gruyère cortado em falhinhas ou ralado.
1978, como tantos outros ano, foi marcado por
inúmeros acontecimentos.
No domínio da religião, a Igreja Católica viu
morrerem dois papas – Paulo VI e João Paulo I – e ser eleito um, João Paulo II,
que tanta importância teria para Portugal e para o resto do mundo.
Em Portugal, Nobre da Costa substituía Mário
Soares como primeiro-ministro de Portugal. Quase três meses antes nascia Laetitia
Casta, a francesa que, inquirida quanto à sensação de ter sido escolhida para
modelo de Marianne, o símbolo da república de seios desnudos e barrete frígio, diria
do alto do seu corpo magnífico de cidadã: chouette,
quoi...
Ainda nesse ano tornavam-se independentes as
Ilhas Salomão, a República Dominican e Tuvalu - sendo que este estado da Polinésia poderá desaparecer devido ao aquecimento global.
No campo das artes, a Bienal de Cerveira, em
Vila Nova de Cerveira, abria as portas pela primeira vez, e faleciam Vitorino
Nemésio e Ruy Belo, o poeta que escreveu E tudo se passava
numa outra vida / e havia para as coisas sempre uma saída / Quando foi isso? Eu
próprio não o sei dizer / Só sei que tinha o poder duma criança / entre as
coisas e mim havia vizinhança / e tudo era possível era só querer. Isaac Bashevis Singer – um nome de que ignorantemente nunca ouvira
falar - era nomeado Prémio Nobel da literatura.
Dallas,
uma séria norte-americana sobre dinheiro, vingança, sexo, paixão, sede de poder
e intrigas familiares surgia na televisão pela primeira vez, apresentando JR, o temível, e Pamela, a exuberante (do latim exuberante, particípio presente de exuberare - abundar, transbordar).
Louise
Brown, o primeiro bebé proveta, nascia a 25 de Julho, no mesmo ano em que surgia a primeira
drive de disquetes.
No campo
da sétima arte, entre as dezenas de filmes que surgiram num cinema perto de
nós, destaque-se O Caçador, vencedor de cinco Óscares.
Ainda neste ano, Gabriel Schaaf grava Põe os Teus Braços à Volta de Mim, cantado com um
ligeiro sotaque portista que lhe dava um encanto especial. Não descurem quem lhes fizer um pedido semelhante.
O país não podia viver eternamente sem efectuar este ajustamento entre receitas e despesas. Durante vários anos, fomos vivendo a crédito. Vivíamos do que não produzíamos. O financiamento, graças à moeda única, foi conseguido a custos relativamente baixos face à fraca solidez da nossa actividade económica. Foram muitos os que disseram que isso duraria para sempre. Garantiram que, com a adesão ao Euro, o desequilíbrio externo nunca mais seria um problema. Porém, esse facto não se veio a confirmar e a fonte (leia-se mercados) secou. Os investidores deixaram de acreditar na nossa capacidade de reembolsar as verbas investidas nos títulos soberanos.
Como consequência, Portugal vive mergulhado numa crise cada vez mais preocupante, em que a luz ao fundo do túnel parece cada vez mais distante e difícil de alcançar. Por isso, o programa do governo é um mal necessário. Necessário, mas insuficiente. São cada vez mais as famílias que não conseguem cumprir as obrigações financeiras. Há cada vez mais denominados novos pobres. Visto que o Estado, fruto das irresponsabilidades cometidas em sucessivas legislaturas, não dispõe de recursos para chegar a todos os que necessitam, emerge a Sociedade Civil. Vem à tona a solidariedade nacional. Esta semana foram duas as instituições a destacarem-se: Banco Alimentar Contra a Fome e Associação Ajudar Uma Família. Bem hajam!
Hoje,
o Evangelho fala-nos do Espírito Santo.
Para mim, o Espírito Santo reveste-se de duas vertentes importantes: inspiração/sabedoria e envio/acção.
Relativamente à primeira
vertente, confesso que invoco muitas vezes o Espírito Santo, quando preciso de
tomar uma decisão mais difícil ou quando preciso de inspiração para qualquer
trabalho ou conversa. Acredito,
totalmente, no seu poder de sabedoria, discernimento e envio. Não o vejo como uma coisa etérea, inatingível;
muito pelo contrário, sinto-o muito presente e concreto quando o invoco. Basta sentar-me, de olhos fechados e fazer
uma pequena oração, tipo “vem, Espírito Santo, inunda-me de tranquilidade ...
ou sabedoria ...... ou inspiração .... ou discernimento” ..... ou qualquer
outra virtude que eu necessite, na altura e, de facto, ele actua. Não sei se é acção directa dele ou se é
efeito psicológico, ou se é acção de Deus, através dele; não sei dizer, mas o
mais importante é que nos disponhamos a recebê-lo nos nossos corações e ele
arranjará maneira de lá entrar.
Relativamente à segunda vertente, o envio, sinto
que é nossa obrigação, como cristãos, não nos fecharmos em nos próprios, não
nos fecharmos numa relação exclusiva com Deus. Muitos católicos que conheço,
dizem ter a sua “própria” relação com Deus e esse tipo de relação, muitas
vezes, serve de desculpa para não ir à Missa, ou não fazer direcção espiritual
ou não ir à confissão. Cada um de nós, pode e deve ter a sua própria relação
com Deus, é certo, mas o que não podemos de forma alguma fazer é guardar para
nós próprios os frutos dessa relação.
Nenhuma relação de amor consegue sobreviver muito tempo, se não for
aberta e partilhada com a família, com os amigos e com a comunidade. “Amor e uma cabana” não resulta com o amor de
Deus. Sendo recipientes desse amor, temos de o levar aos outros e quanto mais
damos, mais recebemos. A fonte é inesgotável.
O
Pai cria-nos, o Filho ama-nos, o Espírito envia-nos.
Domingo,
Se Fores à Missa ............... Deixa entrar o Espírito Santo!
Maf
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus,
apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Dito
isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Os
discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de
novo: «A paz esteja convosco.
Assim
como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito
isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem
perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes
ser-lhes-ão retidos».
Como é que se chamam os habitantes das Ilhas Desertas?
Os extremos tocam
Com as extremidades dos meus dedos toco piano e guitarra.
O zero...
Por vezes diz-se: não vales nada, és um zero. Nada mais errado.
O zero é poderoso: se o colocarem à direita de um número, este fica logo multiplicado por dez. (Eu, se comprar acções na bolsa, acabo logo dividido por dez).
Agarrem no maior número que conheçam e ponham-lhe um zero à esquerda e um pontinho, esse número acaba reduzido a menos que a unidade. É obra!
O zero também é misterioso: qualquer número elevado a zero, é igual a 1.
Para mim é um mistério maior do que o caso Freeport.
....e o infinito
O infinito é representado por um 8 deitado; dir-se-á que é preguiçoso; nada mais errado.
O infinito é poderoso; experimentem subtrair-lhe 8; continua infinito. Vamos mais longe e vamos subtrair-lhe 887336673398; continua infinito.
Qualquer número dividido por si mesmo é igual a 1; experimentem o mesmo com o infinito e o resultado é uma coisa que se chama símbolo de indeterminação, ou seja, um mistério maior que o caso Face Oculta.
Enquanto qualquer número dividido por si mesmo é igual a 1 (vidé explicação anterior) com o infinito já não se passa o mesmo, pois fica uma trapalhada maior do que os casos Isaltino Morais.
Livros. Leio O Teu Rosto Será o Último (João Ricardo Pedro, Prémio Leya 2011). Da contracapa: Tudo começa com um homem saindo de
casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim,
por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal,
mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou
quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu
filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra
numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu. Se me perguntarem se recomendo digo que sim. Mas cada um sabe de si...
Efeméride. Morreu esta semana um dos irmãos Gibb. Os Bee Gees fazem parte do meu imaginário e atravessam várias épocas, das piores, materializadas no Saturday Night Fever, a outras melhores, que deixam recordações imorredouras. De entre as muitas músicas que poderia escolher decidi-me por uma que já aqui postei. Remete-me para os princípio dos anos 70, para uma nostalgia de felicidade juvenil.
Exposições dos dias que correm.
a venda de três quadros reverte a favor da Fundação Agir Hoje, que apoia famílias em situação de sobreendividamento (www.agirhoje.org)
Confesso
que nunca morri de amores pela arte de escrever de Miguel Esteves Cardoso… assim
como vos confesso que tive uma tremenda e incómoda resistência para conseguir
terminar de ler uma única
obra do nosso antigo Nobel da literatura Saramago…bem como mantenho uma
tremenda dificuldade em entender oporquê de tanta insistência/apoio no eterno/futuro candidato ao mesmo
prémio Lobo Antunes. Falta de formação literária dirão uns… pobrezade sensibilidade dirão outros… presbiopia
galopante,diagnosticarão aqueles que
pretenderem ser mais afectivos.
Apresentada
que está perante vós a minha penitência cinjo-me ao que conduz à minha partilha
de hoje: refiro-me aos acontecimentos que têm brindado a vida do casal (convido-vos
a ler os textos incluídos no final) Miguel
Esteves Cardoso (MEC) e Maria João (sua esposa que padece de cancro). Depois da
devida e necessária subtracção da esperada mediatização que o assunto mereceu
(e ainda merece) não consegui evitar, num determinado momento, que uma profunda onda de alegria e satisfação
me invadisse. Como naturalmente muitos
de vós tive a oportunidade de ler o artigo de MEC antes de sua mulher ser sujeita a uma cirurgia. Li e reli…mastiguei e cuspi.
Mas
quão depressa também me arrependi. Estremeci ao recordar o quanto frágil também
sou e que, como ser de emoções reajo também frequentemente de
forma compulsiva e bruta…e quantas vezes a roçar a blasfémia pergunto eu? Invadiu-me então a necessidade de me sentir
novamente um ser de paz e resolvi reler o texto mas agora com a “capa de
cordeiro”, com o meu outro eu. E pasmem-se: gostei do que li!!! Descobri
naquele “ bilhete” a partilha de um turbilhão de sensações, emoções e
sentimentos capazes de tocar a mais “alma danada”. Desde uma raiva surda a um
quase desespero criado pela súbita
tomada de consciência da impotência humana para alterar o normal desenrolar dos acontecimentos…ao misto de
medo e quase terror da possível perca de algo precioso na sua vida…o quase
conseguir-se “ouvir” o grito que clama:
ajudem-me…e no final essa coisa
maravilhosa que deus depositou nas nossas mãos e que MEC fez questão de partilhar com quem quis ler a sua
crónica: o seu amor por Maria João e o papel do mesmo na sua vida: sem tabus,
sem medos ou vergonhas, despido de preconceitos, sem a necessidade de qualquer
tipo de adorno ou “maquilhagem”…apenas ele….o ser…que partilha o seu amor por
alguém, o significado e importância desse alguém nas mais singelas e simples
decisões do seu quotidiano. O homem que se apercebeu que mais não é que um
simples e mero espectador e que neste momento precisa de aplaudir a actriz que
o acompanha na peça que é a sua vida
clamando para que não abandone o palco. Mas o ser vai mais longe: por muito que
lhe possa custar por tornar público esse
acto reconhece a sua fragilidade e vira os olhos e o coração bem para o alto
clamando por justiça e compaixão divina… para onde eventualmente não esperaria
ter de interceder…o ser, o homem reconhece a sua insignificância e procura em
desespero uma resposta ou saída onde na
realidade tudo começa e tudo se define: nas mãos do criador! Respiro profundamente e penso compreender a
sua dor. E respeito-o.
Li a
crónica onde descubro que Maria João já voltou para casa. Eu próprio consigo
sentir algum conforto com a notícia, confesso. Degusto a suave narrativa de MEC que acompanho com
um sorriso de quase cumplicidade e vou absorvendo um pouco da sua alegria,
quase felicidade, de quem volta a ter
nas suas mãos o seu brinquedo preferido fazendo renascer em si as mais bonitas
e saborosas sensações. E desde a primeira palavra até ao final da sua narrativa
é um verdadeiro escorrer de emoções, de declaração de amor em declaração, um
verdadeiro hino a uma comunhão de vida
feliz e que se pretende reforçar e perpetuar. Quase que é, às tantas, possível
cheirar o perfume de rosas que todo o seu romantismo carrega. E como homem
congratulo-me e fico feliz também. E também não deixo de parar para pensar na importância
do papel de uma verdadeira mulher na
vida de um homem. E penso: quantas vezes as valorizamos como o merecem?...quantas
vezes somos verdadeiramente merecedores do seu afecto e amor?...quantas vezes
lhes recordamos e agradecemos o facto de serem um dos principais pilares e
suporte da nossa existência?...de quanto em quanto tempo pensamos e sentimos verdadeiramente na falta que nos fazem?
Lembro-me muito bem de um dia me terem dito algo parecido com isto: “queres
saber a importância de uma pessoa na tua vida? Pensa então que ela vai
desaparecer e descobrirás”.
Acho
preferível não tomar este rumo e reconhecer atempadamente o que Deus me coloca
nas mãos. E ao tomar esta decisão lembro-me que estou em falha para com Ele. Já lhe agradeci o que me deu ontem? E o que deu hoje? E mesmo tendo-me esquecido dele, ao menos valorizo o que
tenho? Perdoa-me, Senhor pela minha ingratidão! Quero dizer-Te humildemente
obrigado por tudo aquilo que me ofereces e peço por todos aqueles que se cruzam
na minha vida e que me dês a especial bênção de os saber acarinhar e valorizar
devidamente!
E de
repente uma pequena tristeza assombra o meu pensamento: reparo que na sua
segunda crónica MEC já não faz
referência ao divino…e que não faz o devido agradecimento por ter o seu
“brinquedo” de volta . Tem no entanto a capacidade de comunicar e partilhar o
seu amor com os outros. Acredito que seja a mão dele a guiar a sua pena neste momento. E acredito que um dia MEC vai saber e querer agradecer.
No dia 15 de Maio passado foi a vez do planeta Vénus iniciar o seu
movimento retrógrado. Visto da Terra parece que anda para trás até ao dia 27 de
Junho, data em que retoma o movimento normal, em linguagem astrológica, volta a
directo. Por razoes de mecânica celeste, este fenómeno acontece de dezoito em
dezoito meses.
Quando Mercúrio está retrógrado verificam-se imensas falhas de comunicação
e do hardware que hoje em dia
suporta a comunicação. Recentemente falei sobre Marte, o planeta da agressão, e
aconselhei a não iniciar guerras durante os períodos em que está retrógrado.
Vénus tem uma energia mais suave do que Mercúrio e Marte e por isso os seus
efeitos, nas poucas semanas em que percorre pela segunda vez uma órbita já
percorrida, são mais subtis e causam menos transtornos.
Vénus simboliza a beleza, rege todo o tipo de relacionamentos, diplomacia,
está ligada ao valor do que nos rodeia, incluindo bens materiais e, evidentemente, ao amor. Aqui vão algumas sugestões de como aproveitar esta época:
Na área dos recursos financeiros não fazer grandes projectos de
investimento, mas convém rever a situação
financeira, pagar dividas ou livrar-se de alguns encargos. A compra de
casa própria é uma excepção porque normalmente é muito pensada e negociada. A
ideia do “justo valor” enquadra-se
bem com a energia de Vénus retrógrada.
Muito cuidado nas compras, sobretudo de artigos de luxo e de artigos que não
possam ser devolvidos. Por outro lado, compras de antiguidades e objectos em segunda
mão estão favorecidas, porque são reutilizações.
Em termos políticos, não me espantou nada que na reunião do G8 tenham sido
tomadas decisões que representam a renegociação das medidas tomadas na última reunião. Provavelmente o excesso de austeridade
imposto pela Merkel não tinha um “justo valor”. A permanência ou saída da Grécia da zona euro, com implicações
financeiras, também está a ser renegociado.
Em termos relacionais ficamos um bocadinho mais discernentes em relação aos
outros. Acontecem coisas que nos fazem passar amigos a conhecidos, e vice-versa.
Também podem surgir pessoas do passado que voltam a entrar na nossa vida, e não são
fatalmente ex-apaixonados. Desta vez, os efeitos fazem-se sentir um pouco
antes do dia 15: duas primas que não vejo há anos voltaram a entrar na minha
vida com muita alegria da minha parte, pois reencontros
neste período são positivos para todos.
Se tiveram acontecimentos passados em que a reconciliação é possível, aproveitem esta época, porque normalmente um
pedido de desculpas é bem recebido.
E, sobretudo, aconselho a não fazer cirurgias plásticas
ou grandes projectos de decoração. Esperem 5 semanas, garanto que os resultados
serão melhores.
2. O trânsito de Vénus
Vénus estará muito presente nas noticias, porque nos dias 5 - 6 de Junho
verifica-se um fenómeno astronómico raríssimo pela ultima vez na vida de todos nós. É conhecido pelo trânsito de Vénus, e é quando este planeta passa em frente do
Sol de uma forma visível. Acontece duas vezes por século, com um intervalo de 8 anos.
A última foi em 2004, e aqui está a imagem.
Depois de 2012 só em 2117. Infelizmente em Portugal não poderá ser visto, porque o período de 6 horas em que Vénus atravessa o Sol coincide com a nossa
noite. Em termos científicos a historia dos trânsitos de Vénus
é muito interessante, porque tem permitido calcular a escala do sistema solar. Em
1619, Kepler estuda os movimentos planetários e tem a certeza de que este fenómeno acontecerá
em 1631 e 1639. Morre em 1630, e a guerra do 30 Anos na Europa impede os astrónomos
do continente de ver o fenómeno. Foi um inglês, Jeremiah Horrocks, que em 1639 o
observou e o registou pela primeira vez. Em 1761 e 1769, os grandes países
europeus mandaram expedições para todo o mundo para observarem o trânsito de Vénus
de diversos pontos do globo. A mais famosa foi a de Cook e a do astrónomo Charles
Green ao Taiti. No século XIX fizeram-se medições muito correctas, e o público
em geral participou de tal forma no acontecimento que o compositor americano
John Philip de Sousa compôs a Marcha do Transito de Vénus. Em 2004 as observações
foram feitas também a partir do espaço.
Para mais imagens ver:
Está por ai uma enorme histeria tipo New Age, falando no milagre de abrir consciência
e do significado da coincidência com o ano Maia. Não acredito em nada disso, mas
este fenómeno celeste faz-se reflectir na imensidão do Universo e do seu Criador.
Também gosto de pensar que, por umas breves horas, o princípio do Amor (Vénus) se
sobrepõe ao ego, à vontade, à identidade individual (Sol).
Todos estes fenómenos de Vénus acontecem no signo de gémeos, a que dedicarei
os próximos posts.
Após algumas semanas de ausência volto ao vosso convívio com uma nova música dos “Crosby, Stills and Nash”. É uma música da segunda fase do grupo. Uma fase menos rebelde e mais conformada. Passados 20 anos as calvícies acentuaram-se, as barrigas cresceram e as vozes perderam o fulgor que tinham nos anos 60. Em contrapartida o grupo ganhou maturidade e as músicas atingiram um novo patamar de qualidade, talvez menos comercial, mas mais a meu gosto. É o exemplo desta “Might as well have a good time”.
Não vou falar da terceira fase do grupo novos 20 anos passados: uma autêntica desgraça. Há gente que não sabe quando parar.
Há uns anos, correu nas salas de
cinema do Brasil, e depois na Internet, o chamado anúncio branco, com um fundo imaculado e apenas um texto (em filme,
apenas com voz off) a declarar que se trata de publicidade, mas sem nenhum dos
ingredientes atractivos, como o bebé rechunchudo ou a top model fantástica, uma
paisagem de sonho ou um sketch cómico. Isto, porque o produto nem precisa de
promoção, pois já é desejado universalmente, gratuito, inesgotável,
parcialmente acessível a todos e indispensável à vida. Aliás, é condição sine qua non da qualidade-de-vida. Apenas uma particularidade:
depende de cada um, começa em /por cada um. Surpreendidos?
Então sigam o caminho sugerido por um
dos maiores publicitários brasileiros, que também calha a ser o mais premiado
do mundo – Washington Olivetto(1), que recomenda aos comunicadores focados na persuasão para apanharem as
oportunidades oferecidas pela realidade, sem cedências oportunistas. No fundo,
basta deixar os factos rolar, pois a sua
profissão exige andar antenado com o meio ambiente:
Claro que ajudará bastante dispor de um
produto capaz, embora tudo volte a complicar-se se o produto for demasiado extraordinário
ou hiper conhecido, ameaçando anular qualquer efeito externo de promoção,
frustrando qualquer tentativa de diferenciação e de identidade. Nada menos do
que isso enfrentou Olivetto, recorrendo a uma solução hábil. O sucesso mediático
não se fez esperar. O spot é maximamente expressivo, original e cativante. Mas terá
mudado atitudes? Uma questão praticamente impossível de responder. Ainda assim,
aqui vai o conteúdo do anúncio branco, o filme e depois o texto:
·Neste anúncio não
figura nenhuma mulher de biquíni
·não figura nenhum
cachorro,
·não figura
nenhuma criança,
·e não figura nenhum
bébézinho.
·Este anúncio não tem
qualquer casal,
·não há beijos,
·e não há famílias a
tomar café da manhã.
·Este anúncio não tem
música de sucesso,
·não tem efeitos
especiais,
·e não tem nenhuma
tartaruga a jogar à bola.
·Este anúncio não tem
gente famosa,
·nem garotos
propaganda.
·Porque este anúncio
é para vender um produto
·que ninguém precisa
ser convencido a comprar...
·que todos adoram
consumir
·e que, por sinal,
·...todos já
comprámos,
·só que não estão a
proceder a entregas
·É um produto sem
marca,
·não tem slogans,
·não tem
embalagem,
·nem faz promoção do
tipo “leve 3, pague 2”.
·Este anúncio é todo
branco,
·e por esse
motivo...
·pode ser
compreendido em todo o mundo.
·Aliás, seria
fantástico se este anúncio...
·pudesse passar no
mundo inteiro.
·Porque o produto que
este anúncio quer vender é a...
·...PAZ!
·...e enquanto quem
precisa comprar a PAZ não compra,
·faça assim:
·Pegue no “stock” de
PAZ que ainda tem em casa
·e...use no
trânsito,
·use nas filas do seu
dia a dia,
·use no elevador,
·e use no futebol.
·PAZ ...é um produto
interessante!
·Porque quanto
mais usar,
·mais vai ter.
·E se toda a gente
usar
·quem sabe...talvez
chegue um dia
·em que ninguém
mais
·precise fazer um
anúncio...
·para vender a PAZ
Bem realistas os conselhos, actuais e
pragmáticos. Gira, a recomendação de pegar no stock que ainda haja… Era difícil
pedir maior expressividade a uma mensagem concebida para um público tão amplo.
Apetece fixá-la, sair de casa com ela, logo pela manhã, até porque nos é
obviamente favorável, além de se auto-alimentar. Género ovo de Colombo,
estranhamente desperdiçada e ignorada, a mais das vezes.
A própria vida de Olivetto dava um filme,
que aliás vai ser realizado a partir de uma incrível experiência vivida no
final de 2001, ao ser raptado num estádio de futebol e ficar sequestrado
durante um par de meses, enclausurado entre quatro paredes.
Seguem alguns exemplos de imagens da
publicidade impactante de Olivetto, com evidente efeito de rastilho, a
conseguir reabilitar ideias gastas.
De facto, porque não há-de ser deslumbrante aquela dupla muito antiga e austera de a «Ordem e o Progresso», se
permitir melhorar substancialmente um país gigantesco?
ALERTA – não é certo que esta publicidade seja de
Olivetto, embora tenha afinidades com o seu tipo de abordagem
positiva.
Porque não hão-de ser relaxantes e,
sobretudo, dispor bem aqueles assuntos que associamos a papelada chata e
perigosamente encriptada? Mas se desencantarmos uma boa solução, não será um
sossego?
É também curioso observar quanto a
publicidade está imergida na sua época, i.e., quanto os publicitários adoptam a
máxima de Olivetto e acabam antenados
na sua contemporaneidade. O risco deste excesso de actualidade é que poucos marketeers resistirão ao teste do tempo
e conseguirão falar às gerações vindouros. Ou seja, estarão condenados ao efeito efémero,
completamente imediatista. Um caso paradigmático é o anúncio publicado nos EUA,
no primeiro quartel do século XX, para combater o alcoolismo. As mentalidades
(e os critérios estéticos) alteraram-se a ponto de hoje aquela campanha
oferecer uma leitura oposta à pretendida, apenas conseguindo fazer-nos rir. Hoje
seria um rotundo fracasso:
Conhece
alguém que deixasse de beber por causa do aviso dado por este grupo?
Em última instância, o maior desafio
para um comunicador de marketing será adoptar uma linguagem capaz de alcançar o
futuro, com traços de universalidade que sempre encontrem eco nos homens de
todos os tempos… Acredito que seja o caso do comercial em favor da paz. Ou até
do fabuloso e divertido spot da Johnnie Walker, com o Rio de Janeiro por
cenário:
Concluindo com o principal no interpelativo
anúncio branco: quem sabe até onde nos poderá levar o empenho de cada um pela
Paz?
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2
semanas)
_____________
(1)Galardoado com mais de 50 Leões
no Festival de Cannes, é Presidente da WMcCann do Brasil e CEO da McCann
Worldgroup América Latina e Caraíbas.